segunda-feira, 21 de maio de 2007

O homem de trinta anos

Encontrei em um blog um texto que retrata bem o momento dos 30 anos e eu que como o Autor do texto já estou caminhando para os 32 me vi ali descrito em algumas partes, exceto pelo fato que ao contrário do Autor no texto, eu não tenho filhos. Aproveito então um texto tão bem redigido e o coloco abaixo:

"O homem de trinta anos

Agora que estou rumando a passos firmes para os 32, já dá pra ter uma idéia do que é viver nessa década da existência humana.

Assim, ter 30 anos é fazer algum esforço para ter o mesmo tipo de arrebatamento que uma música, um quadro ou um livro, às vezes só uma poesia, podiam provocar há alguns anos. A excelência técnica, a genialidade da idéia, do arranjo, da cor, está tudo ali, e eu sei, mas a experiência de gozo dos sentidos não vem mais tão fácil.

Ter 30 anos é redescobrir sentimentos que julgava superados, como o medo. Você começa a perceber uns tilts na máquina e nota que é por puro uso. Você é confrontado, se bem que de forma ainda sutil e leve, com a finitude desta coisa aqui. Sem falar no maior e mais aterrorizante de todos os medos, que é saber que seu filho e sua esposa estão lá fora, na selva de pedra e alumínio e chumbo.

Ter 30 anos é encontrar um tipo de contentamento diferente, mais difícil e suado, como, por exemplo, o de estudar. Argh, quando é que eu ia poder dizer que tiraria prazer de estudar? Mas é, isso é ter 30 anos.

É ver que você é bem pequeno e que os teus sonhos de moleque podem não ter-se realizado totalmente e certamente nunca serão, porque, afinal de contas, teus sonhos mudaram e você fica feliz com isso.

Ter 30 anos é meditar se você nunca vai ter tanto dinheiro quanto gostaria, é entender que o tempo é o maior dos dons, é entender que não se pode descurar de relacionamentos - porque é entender que pessoas são as coisas mais importantes que existem. Ter 30 anos é começar a ter avisos do espelho, é odiar não ser ainda plenamente capaz de domar alguns impulsos incovenientes e é ter um calendário sempre à mão. É tudo isso, mas é mais, claro, e pretendo descobrir enquanto caminho por eles, os 30 anos.

Pelo menos, esta é a minha experiência com a quarta década de planeta Terra."

Créditos: Marco Aurélio Brasil (http://www.verbeat.org/blogs/eporaqui/)

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